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O Estilo das Ruas

Grupo Racionais Mc´s (Edi Rock, Ice Blue, Mano Brown e  KL Jay)- ( Imagem da Internet )
O Hip Hop nasceu nos bairros mais pobres da cidade de Nova Iorque em meados dos anos 70. Entretanto, de forma rápida se espalhou para outras cidades norte-americanas, como: Los Angeles, Chicago, Filadélfia e Detroit. Lugares que foram contribuindo aos poucos para a criação da identidade do movimento. O DJ, Afrika Bambaataa é considerado o pioneiro e criador deste movimento social altamente influente.

O modo de andar, falar e de se comportar, são uma das principais características de pessoas que aderem a esse movimento. As roupas chamam bastante atenção, destaque para as calças, muitas vezes de cintura larga e folgada e com o cinto para não deixar cair, intencionalmente “pendurada” ao quadril, com o comprimento correto apenas sobre parte entorno do tênis.

Farley dos Santos, de 28 anos, tem uma loja que vende roupas e acessórios exclusivos para esqueitistas, no andar térreo, da Galeria do Rock, no centro de São Paulo. Segundo ele, esse é um estilo mais descolado.  “O que o pessoal veste no dia- a- dia, o que o grafiteiro usa, o que o DJ usa. O Skate também está bem relacionado, porque tem um grande público que adere ao rap, então, seria uma moda das ruas...” afirma.

Farley dos Santos  na entrada de sua loja Maze na Galeria do Rock em São Paulo-SP -(Foto: Felipe Marques)


No ano de 1989, Karl Kani foi o primeiro estilista a unificar a moda convencional com o estilo Hip Hop. Ele desenvolveu as primeiras calças com o formato mais largo, uma ideia revolucionaria que surgiu a partir de uma observação: Com o fato de que os negros americanos sempre compravam calças mais largas do que seu número, porém, isso fazia com que a cintura também ficasse desajustada.  Então Kani, criou uma vestimenta própria para esse estilo. Devido ao sucesso estrondoso nas vendas ele foi apelidado de "The Godfather Of Fashion Urban" ou “Grande Chefão Da Moda Urbana.
O rapper Tupac Shakur como Garoto Propaganda das calças Karl Kani- ( Imagem da Internet )

Atualmente, as roupas mais soltas ao corpo não são mais um sucesso de vendas quando comparadas há 30 anos atrás. Os tempos mudam e a maneira de se vestir também. As vestimentas mais “certinhas” acabou caindo no gosto dos amantes da moda Hip Hop nos dias de hoje. “Antigamente o pessoal do rap usavam as roupas mais largas, as calças mais largas, a camiseta grandona. Tem gente que até hoje usa, só que grande parte do público também aderiu ao estilo mais certinho, calça dobrada, a calça mais justa...” relata Farley.

                                
Vitrine da loja Nigga na Galeria do Rock em São Paulo- SP- ( Foto: Felipe Marques )



Sem Classes e Sem Divisão

Integrantes do grupo de Rap Run DMC e da banda Rock Aeronsmith na gravação da música Walk This Way -( Imagem da Internet )
Ao longo de sua história, o movimento Hip Hop, sempre ligados à periferia, à dança de rua, ao rap e ao grafite, chegou a sofrer bastante preconceito por parte da polícia, do estado e da própria população. Hoje, o estilo não é visado exclusivamente da parte mais pobre, mas sim, de pessoas de diferentes cores e classes sociais. Ou seja, a pessoa que antes era vista como “maloqueira” hoje é vista como uma pessoa “bem vestida” ou “estilosa”. “As pessoas que aderem a esse estilo não sofrem tanto preconceito, existe isso de aderir o estilo agora... Também tem as pessoas que praticamente nasceram com esse estilo.  O preconceito antes era mais explícito, hoje já é menos” ressalta Farley.

Por ter conquistado a elite, o Hip Hop se tornou um estilo bem caro. As vestimentas não são mais tão baratas como há décadas atrás. Então, se deseja seguir o estilo terá que desembolsar uma boa grana. Já que uma camiseta custa em média 50 reais cada, o agasalho custa 450 reais, uma calça custa cerca de 200 reais, um par de tênis custa por volta de 350 reais e um boné aba reta, original, não sai por menos de 100 reais. Mas se uns gastam, outros faturam. A loja de Farley na Galeria do Rock, por exemplo, fatura uma boa grana no fim do mês. “Em média é vendido 80, 90 mil reais por mês” diz, ele.

  Os homens têm bastante variedades em relação à moda Hip Hop, certo ? Agora, e as mulheres? Tem as mesmas opções de vestimenta que eles? Farley dos Santos, que está há mais de 4 anos no comercio vestuário, diz que não. “A indústria de roupas femininas fica bem limitada, quando a questão é Hip Hop, porque o público feminino do Hip Hop acaba optando pelas camisetas masculina e bermuda também, muitas vezes. Então, não é lucrativo” explica Farley. 

Vitrine da  loja Vinil  na Galeria do Rock em São Paulo- SP retratando a limitação no vestuário Hip Hop feminino -(Foto: Felipe Marques)

Um estilo extravagante que já sofreu bastante repressão por parte das autoridades, mas nunca se manteve calado, sempre foi ativo e revolucionário. Esse é Hip Hop, um movimento seguido por uns e respeitado por outros.






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